O Tema da nossa Campanha Diocesana de conscientização do Dízimo
neste ano é “Quem ama, partilha”.
O Lema, “De graça recebeste, de graça deveis dar!”, é tirado do
Evangelho de São Mateus 10,8b.
Tema e Lema convidam os membros da comunidade de fiéis a
entenderem o Dízimo como retribuição ao amor de Deus. Ele nos amou
primeiro. Nesse sentido, o Dízimo é compreendido como generosidade na
partilha daquilo que recebemos como dom de Deus.
Pensando uma conversão pessoal e pastoral, a recomendação do
Senhor, depreendida da frase do evangelho de Mateus, quer nos levar a
atitude cristã de partilha consciente e generosa do que somos e do que temos,
a fim de contribuir com a missão e manutenção da nossa Igreja. Para isso é
fundamental buscar colocar as coisas de Deus e da Igreja em primeiro lugar.
É preciso dizer não ao consumismo que faz esquecer ou impede de dar
o Dízimo com fidelidade, constância e no seu justo valor. O Mês Diocesano do
Dízimo de 2019 tem por objetivo levar o fiel a ver o Dízimo como prioridade e
não como sobra, depois que foi satisfeito o desejo de consumir sem uma
necessidade real.
De fato, como ensina a Igreja, “o dízimo é uma contribuição sistemática
e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunidade assume
corresponsavelmente sua sustentação e a da Igreja”. Trata-se, pois, de um
compromisso moral com a Igreja, de uma “decisão pessoal que exprime
pertença efetiva à Igreja contribuindo conscientemente numa comunidade
local”. (CNBB, Documento 106, No
6).
Ponto importante para motivar nossa generosidade relativa à partilha do
Dízimo diz respeito a sua finalidade e emprego. Os investimentos do Dízimo
devem ser direcionados a quatro áreas específicas. Essas decorrem da
natureza e das dimensões do Dízimo e são configuradas pela vida da Igreja e
determinadas pelo Direito Canônico. São quatro as áreas onde o Dízimo deve
ser investido: 1) manutenção do culto, 2) sustento do clero, 3) promoção
do apostolado (pastoral e missões) e 4) a promoção da caridade (socorrer
os pobres). A Igreja prescreve aos católicos como regra promover os recursos
necessários para atender essas necessidades. Por isso, “os fiéis têm obrigação
de socorrer as necessidades da Igreja” (CDC cân. 1254 § 2), além de promover
a justiça social (cf. AG 2).
Seguindo a linha da manutenção da Igreja precisamos tomar
consciência de que, ao partilhar um pouco daquilo que recebemos para o
nosso sustento, é preciso pensar nas necessidades da comunidade local, onde
participo e frequento os sacramentos. Por isso, tenhamos presente que o
dízimo é paroquial. O dízimo se faz na sede da paróquia, na comunidade ou
setor da paróquia em que o fiel participa. Disso decorre que o dízimo se
distingue de doações feitas a outros tipos de comunidade, associações, meios
de comunicação e entidades beneficentes (Documeto 106, n. 49).
Voltando ao tema da generosidade, a Pastoral do Dízimo insiste na
importância da linguagem, com o propósito de entendermos corretamente o
sentido do Dízimo. Tem muita gente que, na hora de dar seu dízimo usa termos
como “pagar”, “dar”, “ofertar”, “consagrar”, entre outros. Contudo, os termos
mais apropriados são dois. Contribuir, porque compreende participação
comum, solidariedade e responsabilidade com a comunidade. E partilhar,
porque significa dar de si mesmo e do trabalho, partilhando dos seus
rendimentos e bens para colaborar no serviço e objetivo comum da Igreja que é
a evangelização.
O documento da CNBB que trata sobre o Dízimo, “O dízimo na
comunidade de fé: orientações e propostas” (Documento 106), dos quais nos
servimos nessa exposição, traça em sua Primeira Parte, um percurso bíblico
que deu os fundamentos para a compreensão cristã do Dízimo. Esse percurso
bíblico levou a consciência de que o dízimo é fruto da “alegria de sentir-se
amador por Deus e de poder agradecer a Ele, reconhecendo que seu amor por
seu povo é eterno (Jr 31,3; Mt 5,23-26)”. Percebe-se assim, que o ensinamento
bíblico mostra como inaceitável propor o Dízimo com base na “teologia da
prosperidade”. O Dízimo não é uma troca de favores, uma barganha, um
investimento mediante o qual se conquista o direito a um favor de Deus, ou da
Igreja. O Dízimo só pode ser entendido como uma doação generosa de quem
tomou consciência de que foi agraciado por um Deus que o ama e de que
pertence ao seu Povo, a Igreja de Cristo.
Diocese de Taubaté
Pastoral Diocesana do Dízimo
