Um sacerdote alemão que deixou de servir em uma paróquia rural no país para ir à grande cidade de Shangai, na China, comentou à UCA News sua experiência e as dificuldades de trabalhar em um país com graves limitações à liberdade religiosa. Sua missão é atender espiritualmente a comunidade de alemães que residem na China e por este motivo viaja constantemente entre Shangai e Pequim. Embora seu trabalho seja tolerado, “teríamos dificuldades se promovêssemos o nosso serviço na comunidade chinesa mais ampla”, relatou.
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“Eles sabem o que eu estou fazendo”, comentou o Padre Michael Bauer sobre sua missão na China, onde entrou com um visto de estudante. “O assunto dos vistos não é uma preocupação. Trata-se simplesmente de dar uma aparência. As Paróquias e eu somos tolerados enquanto que nos limitamos aos cristãos suíços, alemães e austríacos”. De acordo com o sacerdote, chega-se a tolerar algum visitante chinês ocasionalmente, mas esse é o limite imposto ao seu apostolado.
O Padre Bauer viaja duas vezes por semana, mantendo-se dois ou três dias em cada cidade, e identificando diferenças no tratamento das autoridades da Igreja. “Shangai é mais aberta e tolerante. Temos uma igreja a nossa disposição. Em Pequim a Missa dominical é celebrada dentro da embaixada alemã”, descreveu. No entanto, é precisamente em Shangai, onde o Bispo Thaddeus Ma Daqin permanece recluso sem poder exercer seu ministério por haver renunciado a cargos oficialistas em julho de 2012.
A principal diferença da Igreja na China com a da sua cidade natal é a divisão entre as comunidades “oficiais” e “subterrâneas”. A tentativa de controlar o apostolado por parte das autoridades – especialmente sobre a eleição dos Bispos – motivou que alguns membros do clero aceitassem as limitações impostas para exercer seu ministério. Outros exercem o apostolado de maneira ilegal para conservar sua obediência exclusiva à Santa Sé. Esta situação, juntamente com numerosas violações aos direitos humanos dos crentes foi denunciada recentemente diante das Nações Unidas.
Nesse ínterim, o Padre Bauer continua o seu apostolado entre os fiéis de língua alemã na China, uma iniciativa da Conferência dos Bispos Católicos da Alemanha (GCBC), que busca atender aos moradores do Japão, China, Coreia do Sul, Tailândia, Singapura, Jacarta, Flores, Bangalore, Nova Déli e Austrália. De acordo com Dom Peter Lang, diretor do Secretariado para o Estrangeiro da GBCB, esta Conferência é “a única que oferece esse tipo de serviço aos imigrantes”.
Fonte: Gaudium Press
