Mais uma vez nos deparamos com as celebrações do Natal do Senhor. Um dia destes conversava com um fiel e ele me dizia que não achava graça nenhuma no Natal, que achava uma bobagem esta história de enfeites natalinos, os presentes etc. Na hora o contestei afirmando que Natal não era tempo sem graça não e nem tempo sem precisão. Disse que Natal era um tempo de celebração muito gostoso, pois comemorávamos a vinda do Senhor entre nós. Que nós cristãos deveríamos celebrá-lo com muita fé e piedade e com muita intensidade, preparando-nos para o grande dia. Ele acenou meio contrariado e se foi. Depois fiquei pensando, refletindo sobre o Natal e me propus a escrever para vocês, mais uma vez.
Caros irmãos, nós que somos cristãos não podemos olhar para o Natal como se fosse uma festa do calendário, a ser celebrada e brindada, mas que não nos causasse consequências. Primeiramente, celebrar o Natal do Senhor, é reafirmar verdade de fé de que Deus se fez homem e veio habitar entre nós. Nosso Deus não é um Deus distante que não está nem aí conosco ou com os nossos sofrimentos, mas um Deus que vem até nós, esvaziando-se de sua suprema condição e assumindo a nossa condição pequenina, para nos resgatar e nos elevar à condição primeira que havíamos perdido. Ele é um Deus que se preocupa conosco e veio para nos salvar.
Segundo: celebrar o Natal do Senhor, é assumir que em nossa vida o mais importante não são os sofrimentos pelos quais passamos, mas sim onde podemos chegar se nos apegarmos Àquele que nos vem. Se abrirmos os nossos corações para que dele o Senhor Menino faça morada e nos transforme por dentro, nos elevando à condição quase divina como nos afirma o salmo 8. É nos ajudar a superar os nossos limites impostos pelo pecado e, principalmente, pelo egoísmo que tanto destrói as relações entre os homens. Terceiro: é assumir a consequência de uma vida junto de Deus em Seu Filho Jesus, na força do Divino Espírito para que possamos superar o nosso egoísmo e sair de nós mesmos indo ao encontro dos outros que estão à nossa volta, muitas vezes, precisando de um pouco do nosso carinho e da nossa pessoa. Quem aceita que Jesus nasça em seu coração não se fecha em si mesmo, sai à procura e ao encontro dos outros irmãos e irmãs.
Então, meus caros, será que o Natal do Senhor não merece ser comemorado da melhor maneira possível? Será que ele não merece ser celebrado intensamente em família aqueles “outros” primeiros que se nos impõe e com quem devemos buscar juntos o nosso crescimento? Será que não deve ser comemorado e celebrado, reafirmando a nossa fé de um modo tão eloquente esperando que o mundo nos escute e entenda o verdadeiro sentido do Natal? Talvez um bom começo fosse o de não nos preocuparmos tanto com os presentes, o que sem dúvida gera uma situação consumista, mas que nos fizéssemos a nós mesmos os presentes a serem ofertados aos irmãos que esperam que a grande dádiva Jesus venha até eles e o Senhor fará isso por nós. Talvez, pudéssemos começar enfeitando sim as nossas casas com muitos enfeites e lâmpadas não para que só fiquem bonitas, mas para nos lembrar de que a Grande Luz é o Senhor que nos nasce e nele se encontra toda a beleza de que precisamos para nossas vidas. Talvez, pudéssemos nos preocupar menos com os enfeites e mais com a confecção do presépio para que nossa lembrança se reavive e revigore no verdadeiro sentido do Natal. Talvez, pudéssemos deixar tudo isso de lado e buscarmos transformar o nosso interior no grande presépio muito bem enfeitado, para que o Senhor nascesse e renascesse cada vez mais intensamente em nós. Quem sabe assim, o Natal não se tornaria este tempo, para muitos, sem graça e sem sentido.
PRECISAMOS REENCONTRAR E RESGATAR O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL DE CRISTO.
Que Deus nos ajude.
Um Santo e Feliz Natal e um Ano Novo abençoado e rico em graça da parte de Deus nosso Pai.
Padre Luis Lobato

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Ameme Padre! Que assim seja