“Eu tenho uma pergunta para fazer a vocês – mas não respondam em voz alta, apenas em seus corações. Quem de vocês reza pelos cristãos que estão sendo perseguidos? Quantos rezam? Cada um responda em seu coração. Eu rezo por meu irmão, por minha irmã que está em dificuldade porque ele confessa e defende a sua fé? É muito importante olhar para além de nossas próprias fronteiras, para sentir que nós somos uma só igreja, uma só família em Deus!”
Papa Francisco
A cada cinco minutos um cristão é assassinado simplesmente por professar a sua fé. E o Oriente Médio é a região onde a perseguição hoje é mais cruel. A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), através de seus benfeitores, está fazendo tudo ao seu alcance para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos, construindo casas, escolas, provendo alimento, medicamento, sustentando os heroicos missionários que diariamente doam suas vidas para salvar outras tantas e tudo mais que se faz necessário para ajudá-los a alcançar algo que é mais próximo de uma vida normal, para dar-lhes esperança e força para suportar todas as dificuldades.
No entanto, no dia 6 de agosto, quando se completa um ano da fuga de milhares de cristãos do norte do Iraque, a AIS pede o mais importante: a oração. Com o apoio da CNBB, a Ajuda à Igreja que Sofre convida você e sua comunidade a celebrar a Santa Missa nas intenções dos cristãos perseguidos no Oriente Médio. Se não for possível a Missa, um terço ou mesmo nas orações pessoais que cada um possa fazer. O mais importante é que todos estejam unidos em oração.
A PERSEGUIÇÃO ATUALMENTE
A última pesquisa feita pela Ajuda à Igreja que Sofre sobre a liberdade religiosa é uma leitura preocupante. O relatório dá ênfase à preocupação com os cristãos nos países onde os princípios da liberdade religiosa, conforme foram enunciados pela Declaração dos Direitos Humanos da ONU, não estão sendo considerados. Muitos países não respeitam as suas comunidades minoritárias, o que leva a ocorrências diárias de discriminação e de injustiças legais e sociais. Uma cultura do medo emerge – intimidação, aprisionamento injusto, violência, tortura e até mesmo o assassinato.
A situação de maior preocupação é a que está ocorrendo no Oriente Médio. A Primavera Árabe trazia a promessa democracia, mas foi um desastre para os cristãos. Na Síria o sofrimento tem sido especialmente agudo. A mudança política tem alimentado o crescimento de um islamismo militante e anticristão. Em meio à violência geral e ao caos, os ataques contra os cristãos permanecem em sua maioria desconhecidos. Tal como depois da guerra do Iraque, dez anos atrás, quando intimidações específicas contra os cristãos levaram a um êxodo maciço, a atual confrontação no Oriente Médio poderá levar a um desaparecimento efetivo do cristianismo nessas antigas terras onde o Evangelho foi proclamado em primeiro lugar. Um grande número de cristãos, entre eles iraquianos que haviam fugido para a Síria, agora está buscando refúgio e segurança em países vizinhos e no Ocidente.
Além do custo humanitário e econômico dessa migração em massa, o mapa religioso do Oriente Médio e do norte da África está sendo redesenhado. É um dever para todos os cristãos compreenderem os sofrimentos de nossos irmãos e irmãs em Cristo e ajudar a lhes dar uma voz.
A megacrise que atinge a Síria e o Iraque, assim como outras novas crises intermináveis, criaram o problema mais grave de deslocamento de populações já registrado na história e que está se acelerando rapidamente. Segundo dados do último relatório da agência da ONU para refugiados (ACNUR) lançados em junho/2015*, ao final de 2014 o número de refugiados atingiu 59,5 milhões. O crescimento desde 2013 é o maior registrado em um único ano. Mais de 2,5 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas no Iraque em 2014 e cerca da metade delas se refugiou na região autônoma do Curdistão iraquiano, no norte, onde o fluxo não para de crescer. Um total de 14 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas no Iraque e na Síria.
Aconteceu
O padre Fadi Jamil Haddad foi raptado em Damasco quando estava negociando a libertação de um paroquiano. Um enorme resgate foi pedido pelo padre Haddad, mas ele foi morto. Seis dias depois do seu rapto o seu corpo foi encontrado numa estrada com sinais indescritíveis de tortura e mutilação.
A irmã Joseph Marie Chanaa conta o rapto de um rapaz de 15 anos de idade. “Eles penduraram o rapaz de cabeça para baixo por vários dias. Eles pediram um resgate de 100 mil dólares. Para levantar o dinheiro a família vendeu tudo que tinha: a casa, o negócio e o carro. O rapaz foi libertado, mas em estado de coma. Ele morreu 3 dias depois. A família não só perdeu o seu filho, mas ficou desesperadoramente pobre”.
Mariam era uma moça de 15 anos que foi raptada depois que uma “fatwa” (decisão das autoridades muçulmanas) autorizou o estupro de mulheres cristãs e não sunitas. Durante 15 dias Mariam foi casada, estuprada e divorciada por 15 rebeldes radicais muçulmanos. Profundamente traumatizada ela começou a dar sinais de doença mental. Foi então assassinada.
Fonte: Ajuda à Igreja que Sofre
