No dia 30 de agosto se comemora a iniciativa da Anistia Internacional e da Fedefam o Dia Internacional dos desaparecidos. Não podemos deixar de dar ressonância a este grave e trágico problema e flagelo que tem afetado a milhares de vitimas na maioria dos países e nações.
São rostos de crianças seqüestradas para tráfego de órgãos ou exploração sexual, ou ainda para comercialização no mercado de famílias que querem adotar. São rostos de jovens que também são recrutadas pelo aliciamento e a violência para a prostituição, ou para a prestação de serviços domésticos a preço vil sem nenhuma garantia trabalhista. São rostos de trabalhadores humildes como o brasileiro Amarildo que foi levado pelo crime de morar numa comunidade pobre e confundido com bandidos. São presumidos terroristas que o Império do terror aprisiona em mais de 500 centros clandestinos dispersos pelo mundo, para torturar e aniquilar.
São ainda os milhares de desaparecidos na América Latina, cujos familiares não tem o conforto e consolo de saber o destino final de suas pessoas queridas e o direito de dar um enterro a seus restos mortais. O Holocausto foi não só possível pelo ódio mas pela indiferença e apatia, pela falta de solidariedade, graças ao cinismo e conformismo habitual de quem não vê além do seu nariz e não quer complicações. Um verdadeiro cristão é aquele que afirma alto e de bom tom com a sua palavra e a sua vida, quando alguém é levado, seqüestrado ou “desaparecido”, eu estou sendo levado com ele, eu estou sendo atacado e destruído, porque cada pessoa humana, criança, jovem, adulto ou idoso, de qualquer credo, raça ou nação é meu irmão/ã, e não posso ficar calado nem passivo. Que Nossa Senhora Mãe dos Homens, Senhora do Desterro, Mãe da Solidariedade, nos torne cada vez mais compassivos e comprometidos com a causa das pessoas desaparecidas. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco FerreIra Paz, Bispo de Campos (RJ)
fonte: CNBB
