Em entrevista concedida neste domingo, 4 de novembro, à rede alemã Deutsche Welle (DW), Ashiq Masih declarou:
“A situação é perigosa para Asia. Sinto que a vida dela não está segura. Não podemos esquecer que dois cristãos em Faisalabad foram assassinados anos depois que um tribunal os libertou. Eles também tinham sido acusados de blasfêmia. Eu apelo por isso ao governo para reforçar a segurança de Asia no presídio.
A minha esposa já sofreu muito. Ela ficou dez anos na prisão. O veredito da Suprema Corte criou um raio de esperança. As minhas filhas estavam morrendo de saudade, mas agora esse pedido de revisão vai prolongar a situação, que já é grave.
A minha família está assustada. Meus familiares e amigos também estão assustados. Esse acordo nunca deveria ter acontecido. Os três juízes emitiram a sentença depois de considerar todos os aspectos do caso, analisar todos os fatores, estudar as contradições e analisar todos os fatos. O governo não devia ter feito esse acordo. O Poder Judiciário é muito corajoso. Mas, agora, os clérigos muçulmanos podem se reunir e tentar influenciar o veredito.
A situação está muito perigosa para nós. Não temos segurança e estamos nos escondendo aqui e ali, mudando de lugar. Acho que os clérigos vão cercar a Suprema Corte no dia da audiência. Eu realmente vou estar com muito medo de ir lá no dia, mas acredito que Deus vem nos protegendo e vai continuar nos protegendo. Coloco toda a minha confiança em Deus”.
O advogado de Asia Bibi, Saiful Maluk, teve que sair do Paquistão neste fim de semana por causa das ameaças de morte que está recebendo. Ele declarou à AFP:
“Preciso continuar vivo para dar andamento à batalha legal por Asia Bibi”.
fonte: Aleteia