Nascido em Machado, Minas Gerais, José Fernandes de Oliveira migrou para Taubaté, interior de São Paulo, aos 3 anos de idade. A mãe enferma e pai paralitico, nunca se esquivaram do cuidado dos filhos, contando com a ajuda dos padres dehonianos. Esse exemplo o impulsionou a querer, também ele, cuidar dos outros, como sacerdote dehoniano, ou seja, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus.
A vocação musical surge no clima artístico da própria família, pois o pai era violeiro e tocava muito toadas mineiras. Mas, em São Paulo, padre Zezinho deixou-se inspirar pelas músicas e serestas. Por ser um exímio leitor, sempre compôs em função do que leu: teologia, sociologia, história, etc. “É importante ter a cultura dos livros pois esta é que faz de você um criador”, costuma afirmar em suas entrevistas.
O Vatican News conversou com o ícone da música católica brasileira, padre José Fernandes de Oliveira, o padre Zezinho.
A Doutrina Social da Gaudium Et Spes, foi seu livro de cabeceira. O Documento lhe ajudou a cantar a vida e as esperanças do povo. “E isso logo no começo deu resultado assim que voltei ao Brasil”, conta ele.
Aberto ao conhecimento, padre Zezinho fez do mundo a sua pátria. Viajou muito. Residiu nos Estados Unidos, próximo a Chicago, onde há uma presença significativa de negros, mexicanos e alemães. Mas, interagiu, também, com as raízes culturais de Portugal, Espanha, Itália e do continente africano.
Sem dúvida, essas culturas, como também a cultura miscigenada brasileira, afetaram em cheio os seus arranjos musicais. “Não fui eu quem inventou isso. Fui bebendo dessas fontes, comprei os cds, – naquela época eram os long plays (discos de vinil) -, e tenho tudo guardado no meu escritório. Foi assim que eu cresci como compositor”, relata.
José Fernandes de Oliveira, é aquele tipo de sacerdote artista, que canta, reza e vive a sua vocação com muita discrição. Isso é próprio da sua natureza. Tende a repetir sempre em suas entrevistas que prefere o escondimento. Nunca se filiou a nenhuma rede de televisão, a nenhum partido, a nenhuma uma linha de comunicação. “Eu já tinha o Vaticano II com suas orientações: o Inter Mirificat e todas as outras orientações apresentadas pelo Vaticano”, enfatiza.
O trabalho com a juventude nasce e cresce, segundo padre Zezinho, a partir de uma proposta da Igreja, especificamente dos bispos e seus superiores. Percebendo sua facilidade de trabalhar com as multidões, lhe confiaram o trabalho com a juventude e vocações. “Então precisaram de mim, eu tinha o talento, desenvolvi e obedeci e deu certo, acredito, porque não foi o meu projeto pessoal, foi projeto do Vaticano II, dos bispos do Brasil, dos meus superiores e de todas as viagens que fiz.
Fonte: Vatican News